domingo, 1 de junho de 2014
Estudos
dos porquês
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz
muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para
que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.
Por que
O por que tem dois empregos
diferenciados:
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou
indefinido que, possuirá o significado de “por qual
razão” ou “por qual motivo”:
Exemplos: Por que você
não vai ao cinema? (por qual razão)Não sei por que não
quero ir. (por qual motivo)
Quando for a junção da
preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado
de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.
Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)
Por que -> normalmente usado no início de
frases interrogativas. Pode ser substituído por pelo qual, pela qual, pelos
quais, pelas quais, por que (qual) motivo.
Exemplos:
Por que você não fez a lição? = (Por qual motivo você não fez a lição?)
Por que temos de economizar água? = (Por qual motivo temos de economizar água?)
Não sei por que os jogadores estão discutindo. = (Não sei por que motivo os jogadores...)
Este é o motivo por que não fui à excursão. = (Este é o motivo pelo qual não fui...)
Exemplos:
Por que você não fez a lição? = (Por qual motivo você não fez a lição?)
Por que temos de economizar água? = (Por qual motivo temos de economizar água?)
Não sei por que os jogadores estão discutindo. = (Não sei por que motivo os jogadores...)
Este é o motivo por que não fui à excursão. = (Este é o motivo pelo qual não fui...)
Por quê
Quando vier
antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por
quê deverá vir acentuado e
continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.
Por quê -> no fim de frases.
Exemplos:
Você não fez a lição. Por quê? Estava triste sem saber por quê. Muitos reclamaram das notas, mas não havia por quê. Você não gosta de jiló, por quê?
Você não fez a lição. Por quê? Estava triste sem saber por quê. Muitos reclamaram das notas, mas não havia por quê. Você não gosta de jiló, por quê?
Porque
É conjunção causal
ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que).
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que).
Porque -> em
respostas, para explicação ou causa. Pode ser substituído por pois.
Exemplos:
Ele não fez a lição porque não a entendeu. A aula foi cancelada porque não havia luz na escola. Muitas plantas morrem porque não chove. Falo muito porque gosto.
Exemplos:
Ele não fez a lição porque não a entendeu. A aula foi cancelada porque não havia luz na escola. Muitas plantas morrem porque não chove. Falo muito porque gosto.
Porquê
É substantivo e tem significado
de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo,
pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar
concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Porquê -> Sempre que houver o artigo o antes dele. Pode ser
substituído por motivo, razão.
Exemplos:
Não sei o porquê desta bagunça. Você não me explicou o porquê da sua falta.
Ainda bem que você me explicou os porquês da sua demissão.
Aprender o uso dos porquês é muito importante.
Exemplos:
Não sei o porquê desta bagunça. Você não me explicou o porquê da sua falta.
Ainda bem que você me explicou os porquês da sua demissão.
Aprender o uso dos porquês é muito importante.
Observe
os exemplos:
Vejamos
outros exemplos mais claros:
1.
O porquê pode ser usado em frases interrogativas;
4.
Pode ser uma palavra substantivada, ou seja, não é
um substantivo, mas, em determinado contexto, funciona como tal. Quando isso
ocorre, recebe a “companhia” do artigo ou de um pronome.
Sempre
que houver a necessidade de usar o porquê, a primeira preocupação deve ser em
descobrir que função será exercida por ele. A partir disso, as regras devem ser
lembradas. Acompanhe-as:
1.
O porquê interrogativo deve ser grafado
separado, veja o exemplo: Por que não fez a tarefa? Atente
para o fato de que, nesse caso, é possível substituir o porquê pela expressão
“por qual razão”. Já no enunciado: Estudamos por que um dia o futuro
será melhor, é possível substitui-lo pela expressão “para que”. Ainda é
possível substituir o porquê pela expressão “pelo(a) qual” e suas variações:
A vitória por que lutamos chegará.
2.
O porquê explicativo ou causal,
popularmente conhecido como o porquê de resposta, deve ser escrito todo
junto, mas sem acento. Nesse caso, indicará uma explicação,
equivalendo à conjunção “pois”; ou uma causa, representando a conjunção “como”.
Veja o exemplo: “A situação se agravou, porque o custo de vida aumentou.”
3.
Quando for substantivado deve ser escrito junto,
mas deve ser acentuado. Para saber quando utilizá-lo, basta prestar
atenção aos seus acompanhantes, se for artigo ou pronome, então, pode
acentuá-lo, e não esqueça que nesse caso o “porquê” não se separa.
Alguns
devem estar se perguntando, mas quando o porquê deve ser escrito separado e
com acento? Sempre que o porquê aparecer no final de frases interrogativas (diretas
– quando há a presença da interrogação –, ou indiretas – quando a pergunta fica
implícita).
Resumindo:
·
Porque (junto) – usado para frases afirmativas
(explicativas ou causais);
·
Por que (separado) – em frases
interrogativas ou quando pode ser substituído por “pelo qual” e suas variações;
·
Por quê (separado e com acento) – no final
de frase interrogativa.
·
Porquê (junto e com acento) – quando
for uma palavra substantivada.
Para
finalizar, acompanhe alguns exemplos do uso dos porquês, em um trecho do texto
de Clóvis Sanches “Os porquês do porquinho”:
Aconteceu na Grécia!
Era uma vez um jovem porquinho belo e bom, muito
pequenino, cuja vida foi dedicada à procura dos porquês da floresta. Tal
porquinho, incansável em sua busca, passava o dia percorrendo matas, cavernas e
savanas perguntando aos bichos e aos insetos que encontrava pelo caminho todos
os tipos de porquês que lhes viessem à cabeça.
- Por que você tem listras pretas se os
cavalos não as têm? - perguntava gentilmente o porquinho às zebras.
- Pernas compridas por quê, se outros
pássaros não as têm? - indagava às seriemas, de forma perspicaz.
- Por que isso? Por que aquilo? Era
um festival de porquês, dia após dia, ano após ano, sem que ele
encontrasse respostas adequadas aos seus questionamentos de porquinho.
Por exemplo, sempre que se deparava com uma abelha trabalhando arduamente, ele perguntava por quê. E a pergunta era sempre a mesma:
- Saberias, por acaso, por que fazes o mel, oh querida abelhinha?
E a abelha, com seus conhecimentos de abelha, sempre respondia assim ao porquê:
- Fabrico o mel porque tenho que alimentar a colmeia.
Mas a resposta das abelhas não o satisfazia, porque eram os ursos os maiores beneficiados com aquela atividade.
Por exemplo, sempre que se deparava com uma abelha trabalhando arduamente, ele perguntava por quê. E a pergunta era sempre a mesma:
- Saberias, por acaso, por que fazes o mel, oh querida abelhinha?
E a abelha, com seus conhecimentos de abelha, sempre respondia assim ao porquê:
- Fabrico o mel porque tenho que alimentar a colmeia.
Mas a resposta das abelhas não o satisfazia, porque eram os ursos os maiores beneficiados com aquela atividade.
Referências:
Assinar:
Postagens (Atom)