domingo, 1 de junho de 2014

Para mais informações sobre o uso dos porquês e suas definições acesse o link:  http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000016811.PDF 



Estudos dos porquês
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.
Por que
O por que tem dois empregos diferenciados:
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.
Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)
Por que -> normalmente usado no início de frases interrogativas. Pode ser substituído por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por que (qual) motivo.

Exemplos:
Por que você não fez a lição? = (Por qual motivo você não fez a lição?)
Por que temos de economizar água? = (Por qual motivo temos de economizar água?)
Não sei por que os jogadores estão discutindo. = (Não sei por que motivo os jogadores...)
Este é o motivo por que não fui à excursão. = (Este é o motivo pelo qual não fui...)
Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.
Por quê -> no fim de frases.
Exemplos:
Você não fez a lição. Por quê? Estava triste sem saber por quê. Muitos reclamaram das notas, mas não havia por quê. Você não gosta de jiló, por quê?
Porque
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que).
Porque -> em respostas, para explicação ou causa. Pode ser substituído por pois.

Exemplos:
Ele não fez a lição porque não a entendeu. A aula foi cancelada porque não havia luz na escola. Muitas plantas morrem porque não chove. Falo muito porque gosto.


Porquê
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Porquê  -> Sempre que houver o artigo o antes dele. Pode ser substituído por motivo, razão.

Exemplos:
Não sei o porquê desta bagunça. Você não me explicou o porquê da sua falta.
Ainda bem que você me explicou os porquês da sua demissão.
Aprender o uso dos porquês é muito importante.
Observe os exemplos:
porques
Vejamos outros exemplos mais claros:
1.    O porquê pode ser usado em frases interrogativas;
2.    Pode introduzir uma oração coordenada explicativa;
3.    Pode introduzir uma oração subordinada causal;
4.    Pode ser uma palavra substantivada, ou seja, não é um substantivo, mas, em determinado contexto, funciona como tal. Quando isso ocorre, recebe a “companhia” do artigo ou de um pronome.
Sempre que houver a necessidade de usar o porquê, a primeira preocupação deve ser em descobrir que função será exercida por ele. A partir disso, as regras devem ser lembradas. Acompanhe-as:
1.     O porquê interrogativo deve ser grafado separado, veja o exemplo: Por que não fez a tarefa?  Atente para o fato de que, nesse caso, é possível substituir o porquê pela expressão “por qual razão”.  Já no enunciado: Estudamos por que um dia o futuro será melhor, é possível substitui-lo pela expressão “para que”. Ainda é possível substituir o porquê pela expressão “pelo(a) qual” e suas variações:  A vitória por que lutamos chegará.           
2.     O porquê explicativo ou causal, popularmente conhecido como o porquê de resposta, deve ser escrito todo junto, mas sem acento. Nesse caso, indicará uma explicação, equivalendo à conjunção “pois”; ou uma causa, representando a conjunção “como”. Veja o exemplo: “A situação se agravou, porque o custo de vida aumentou.”
3.    Quando for substantivado deve ser escrito junto, mas deve ser acentuado. Para saber quando utilizá-lo, basta prestar atenção aos seus acompanhantes, se for artigo ou pronome, então, pode acentuá-lo, e não esqueça que nesse caso o “porquê” não se separa.
Alguns devem estar se perguntando, mas quando o porquê deve ser escrito separado e com acento? Sempre que o porquê aparecer no final de frases interrogativas (diretas – quando há a presença da interrogação –, ou indiretas – quando a pergunta fica implícita).     
Resumindo:

·         Porque (junto) – usado para frases afirmativas (explicativas ou causais);
·         Por que (separado) – em frases interrogativas ou quando pode ser substituído por “pelo qual” e suas variações;
·         Por  quê (separado e com acento) – no final de frase interrogativa.
·         Porquê (junto e com acento) – quando for uma palavra substantivada.

Para finalizar, acompanhe alguns exemplos do uso dos porquês, em um trecho do texto de Clóvis Sanches “Os porquês do porquinho”:
Aconteceu na Grécia! 
Era uma vez um jovem porquinho belo e bom, muito pequenino, cuja vida foi dedicada à procura dos porquês da floresta. Tal porquinho, incansável em sua busca, passava o dia percorrendo matas, cavernas e savanas perguntando aos bichos e aos insetos que encontrava pelo caminho todos os tipos de porquês que lhes viessem à cabeça.
- Por que você tem listras pretas se os cavalos não as têm? - perguntava gentilmente o porquinho às zebras.
- Pernas compridas por quê, se outros pássaros não as têm? - indagava às seriemas, de forma perspicaz.
- Por que isso? Por que aquilo? Era um festival de porquês, dia após dia, ano após ano, sem que ele encontrasse respostas adequadas aos seus questionamentos de porquinho.
Por exemplo, sempre que se deparava com uma abelha trabalhando arduamente, ele perguntava por quê. E a pergunta era sempre a mesma:
- Saberias, por acaso, por que fazes o mel, oh querida abelhinha?
E a abelha, com seus conhecimentos de abelha, sempre respondia assim ao porquê:
- Fabrico o mel porque tenho que alimentar a colmeia.
Mas a resposta das abelhas não o satisfazia, porque eram os ursos os maiores beneficiados com aquela atividade.
Referências: